30 de mar. de 2009

Shadow of the Colossus



Grandeza nos inimigos e na qualidade visual

Há mais de um ano, Shadow of the Colossus apresentou o que se acreditava ser o nível máximo de detalhamento gráfico possível no PS2. A opinião permanece válida; o jogo possui gráficos muito bonitos e adequados ao clima que procura estabelecer. O cenário e seus componentes são fundamentais na construção da ambientação, sendo que dificilmente são encontrados problemas de glitch, ou partes mal-acabadas. Tudo roda de maneira suave, ajudando a criar um mundo verossímil para o combate com os colossi.

O personagem principal possui uma movimentação muito natural, que se torna aparente em algumas partes do jogo (como quando ele está nadando) e pequenos detalhes que adicionam realismo (personagem ofegando, personagem tropeça quando corre). Sua montaria também parece se comportar como um animal de verdade, apresentando o comportamento esperado de um cavalo fiel. Em várias ocasiões é possível notar o corcel correndo ao lado do personagem, como se oferecesse ajuda, quando envolvido em combate com algum dos monstros.

Cada colosso é construído de maneira criativa, sendo extremamente detalhado para o seu tamanho (alguns são tão grandes que chegam a fazer parte do cenário). O nível gráfico ajuda na jogabilidade, pois você precisa olhar para cada colosso, a fim de descobrir as partes “escaláveis” de cada um. Muitos são constituídos quase que inteiramente de pedra, por exemplo, o que significa que você terá que derrubá-lo antes de poder escalar. Outros possuem muita vegetação aparente em seu corpo, indicando os caminhos da escalada de forma mais simples.

A única coisa que realmente faz falta são cenas pré-renderizadas, pois todas as partes de história são construídas em tempo real, com os gráficos de jogo. Alguns vídeos cairiam muito bem com o estilo de Shadow of the Colossus. Mas respeitamos a escolha dos desenvolvedores, que provavelmente não quiseram interromper a experiência de transição suave entre a queda de cada colosso.

Minimalismo sonoro e solidão

A trilha sonora, apesar de muito boa, tende a ficar repetitiva nos combates, pois eles podem ser tornar muito prolongados. Fora dos embates, praticamente não existe música, sendo que esta só aparece de forma tímida, para marcar alguns acontecimentos importantes (algumas partes orquestradas são imponentes). O silêncio predomina no jogo, sendo o trote do cavalo o efeito mais frequente. Embora pareça monótono, isso é essencial para sensação de isolamento e solidão que o jogo pretende passar.
A sensação de “outro mundo” é reforçada pelas vozes do jogo, pois a língua utilizada é desconhecida, feita pra não ser entendida “de ouvido”. Tudo se encaixa muito bem para a experiência única que Shadow of the Colossus porporciona
Mesmo após algum tempo depois de seu lançamento, Shadow of the Colossus continua sendo único na biblioteca de jogos do PS2. Se, em alguma circunstância, os vídeo-games podem ser considerados como arte, então Shadow of the Colossus sobressai como uma obra-prima, digna de admiração por sua ousadia de conceitos e estilo de jogo sem igual.

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